Em 2025 o Brasil ocupará a 6ª população de idosos no mundo e a 1ª na America Latina. A OMS considera um país envelhecido quando 14% da sua população possui mais de 65 anos. Na França, por exemplo, este processo levou 115 anos. Na Suécia, 85. No Brasil, levará pouco mais de duas décadas, sendo considerado um país velho em 2032, quando 32,5 milhões dos mais de 226 milhões de brasileiros terão 65 anos ou mais. Precisamos nos preparar para viver esse período com funcionalidade e de forma ativa.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Apenas exercício aeróbico não basta para a longevidade saudável
Existem provas científicas de que a prática de atividades físicas aumenta a expectativa de vida. Porém, os exercícios mais adotados por quem busca uma saúde melhor, como caminhada e corrida, não bastam para que idosos tenham maior longevidade e possam executar determinados movimentos no dia a dia.
Para o professor Carlos Ugrinowitsch, da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, a condição essencial para a vida é evitar a perda de massa muscular com o envelhecimento.Conforme disse, “quem só anda e corre não preserva a massa muscular, para não perder funcionalidade, pessoas com mais de 65 anos devem fazer mais que exercícios aeróbios".
A funcionalidade depende da manutenção do nível de força muscular, que diminui naturalmente com o passar dos anos, em processo denominado sarcopenia. O ser humano produz força, potência e resistência, que são ligadas ao tecido muscular. O envelhecimento faz com que as produções diminuam e o idoso passa a fazer menos atividades físicas, o que aumenta suas deficiências. A ocorrência de quedas de idosos durante o banho, por exemplo, é altamente relacionada à perda de força, pois ela diminui a densidade mineral óssea no ser humano.
Para o professor, esse ciclo deve ser interrompido com exercícios físicos. “Duas semanas na cama podem ocasionar perda de 5% do volume muscular em uma pessoa idosa. Primeiramente, é importante realizar qualquer tipo de exercício, desde pendurar uma roupa no varal a subir escadas. Depois, pode-se procurar uma atividade específica para evitar a perda de massa”, conclui Ugrinowitsch.
Em sua publicação mais recente o professor estudou pessoas de 72 anos que não fizeram nenhuma atividade física durante cinco anos e outras que se exercitaram dois anos e depois pararam. Mesmo após três anos de sedentarismo, a massa muscular estava 15% maior em relação ao início dos estudos.
No outro grupo, que se manteve inativo durante todo o período analisado, houve queda de 12% de massa, provando que, independente da frequência, o importante é dedicar alguns momentos à prática de exercícios bem orientados.
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