quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Dieta mediterrânica e seus efeitos na saúde e envelhecimento

A Dieta Mediterrânea, património cultural imaterial da Humanidade pela UNESCO, é um dos melhores exemplos de uma dieta saudável com evidência clínica na prevenção e tratamento de doenças associadas a inflamação crónica.

A Dieta Mediterrânea (DM) é composta não só pelo componente alimentar, mas também a interação social e partilha de conhecimento, rituais e tradições. É um dos regimes alimentares e estilos de vida mais estudados e com maior evidência dos seus efeitos benéficos na saúde global do ser humano. As populações do Mediterrâneo com adesão à dieta mediterrânea apresentam menor mortalidade e maior longevidade quando comparadas com as do norte da Europa e dos Estados Unidos da América (EUA).

A síndrome metabólica é um conjunto de fatores de risco que tem origem na resistência à insulina e na anômala deposição e função de tecido adiposo. É diagnosticada quando 3 dos seguintes 5 critérios estão presentes: elevação da glicemia em jejum; pressão arterial alta; elevação dos triglicérides; diminuição das lipoproteína de alta densidade (HDL) e/ou aumento do perímetro abdominal. Desta forma, é uma combinação de fatores de risco para várias doenças, nomeadamente cardiovasculares e diabetes mellitus.adesão à DM se associa a um menor risco de síndrome metabólico e a benefícios em todos os seus componentes. Esta adesão, ao diminuir as LDL e triglicéridos, e ao manter ou aumentar as HDL, melhora o perfil lipídico. Diminui também a homocisteinémia, a pressão arterial, a oxidação de ácidos gordos e a aterogenese. A nível cardiovascular, múltiplos estudos retrospetivos e prospetivos mostraram que uma maior adesão à DM está associada a menor risco e menos eventos coronários agudos em doentes previamente saudáveis, a uma redução da mortalidade em doentes com mais de 60 anos com antecedentes de enfarte agudo do miocárdio, a uma redução significativa da incidência ou mortalidade por doença de etiologia cardiovascular e que é possível reproduzir o efeito protetor (menor mortalidade por doença cardiovascular) da DM se esta for aplicada em populações não mediterrânicas. A nível do metabolismo dos glicídeos, a DM permite diminuir a glicemia e desta forma ajudar no controle da diabetes mellitus.

Estudos retrospectivos e prospectivos demonstraram que uma maior adesão à DM se associa a uma redução significativa do risco de incidência de câncer em geral, excluindo câncer da pele não melanocítico. Assim, a DM parece contribuir na prevenção de câncer colorretal, da mama, da próstata e do endométrio. A adesão à DM está associada a um menor risco neurodegenerativo como o déficit cognitivo ligeiro e outras demências. A nível cognitivo, um estudo de restrição calórica (RC) em idosos saudáveis demonstrou uma maior plasticidade a nível sináptico, maior estimulação de vias neuroprotetoras e elevação significativa dos resultados obtidos em testes de memória como o teste de aprendizagem.
Permitido:
Legumes e frutas frescas: frutas vermelhas, frutas cítricas, banana, maçã...

Gorduras saudáveis: como azeite extra-virgem 0,1; 0,2 ou 0,3, abacate, óleo de coco extravirgem, castanhas e sementes.

Ervas e especiarias: naturais e variadas sempre. Peixes, Cereais integrais, legumes variados e coloridos e verduras.
Aves e ovos orgânicos e criados a pasto como fontes proteicas saudáveis.
Carne vermelha, como cordeiro, alimentados com capim, que é um alimento popular do Mediterrâneo.


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Pesquisa: 

[PDF] Influência da Nutrição no Envelhecimento-Mecanismos Fisiopatológicos

JRCC Cruz - 2018 - eg.uc.pt